22 novembro, 2008

Islã?

O sufismo é mais prático do que teórico. Para o Sufi, não interessa o depois, e sim o AGORA.
O Sufismo estuda o que devemos fazer para desenvolver nossa consciência aqui nesta existência. Por isso não está na doutrina a crença da reencarnação (mesmo que ela exista e fosse provada, não é algo que seja proveitoso para a doutrina, e por isso, para todos os efeitos, não há reencarnação).
A base do Sufismo está nos escritos revelados por Allah (Deus) - por intermédio do arcanjo Gabriel - ao profeta Muhammad (conhecido no ocidente como Maomé) ao longo de 20 anos.

Estes escritos, cujo conteúdo foi retirado de uma tábua conservada no céu - "a mãe do livro" - se tornou o texto sagrado do Islã: o Corão (do árabe al-Quram, que significa o recitativo ou o discurso).Assim como na Torah (O velho testamento hebraico), APENAS a interpretação literal das suratas (versos) do Corão não é aconselhada, pois cada surata (verso) pode conter os mais diversos significados.
O termo islam vem do verbo aslama (submeter), enquanto a palavra muslin (daí deriva a palavra "muçulmano") quer dizer submisso.
O sentido é claro: o verdadeiro muçulmano é aquele que se declara e é submisso a Deus.
Mohammed afirmava que o que ele pregava não era uma nova religião, mas a continuação da revelação que Deus tinha dado aos profetas do Antigo Testamento e a Jesus (que não é considerado Filho de Deus, mas sim um grande profeta - assim como Mohammed é considerado - que deveria ser obedecido).
A Sharia é uma lei paralela, mas fundamentada no Corão e codificada no século IX.
Por essa lei, ficou proibido o consumo de bebidas alcoólicas e de carne suína, foi imposto às mulheres o costume de cobrir o rosto com o chador ou de usar um lenço na cabeça - ijhab - ou ainda, conforme as interpretações mais rígidas dos ulemas (clérigos e teólogos muçulmanos) de adotar o carsaf, um longo vestido, geralmente de cor escura, que cobre o corpo da cabeça aos pés, deixando apenas buracos para os olhos. Sempre segundo essa lei, pode ser punido, com a pena de morte, um muçulmano que renegue sua fé ou blasfeme contra Allah ou Muhammad.
A lei, porém, está sendo aplicada em maneira diferente, conforme os preceitos dos próprios clérigos e é mais ou menos rígida, dependendo da cultura de cada país.

O Hadith é a coletânea de ditos e feitos do profeta Muhammad, feita pelo povo que conviveu com ele. Serve como uma orientação, um guia de conduta de como aplicar o Corão. Mas são tantas que se costuma dizer que, para cada exemplo mandando fazer tal coisa, é possível achar outro mandando fazer o seu contrário. O que os fanáticos fundamentalistas fazem é escolher, entre as Hadith, aquelas que mais se prestam à sua interpretação e, depois, dizer que elas são as únicas. Só que existem diversos tipos catalogados de Hadith, aquelas que possuem maior credibilidade (pois junto ao Hadith foi dita toda a linhagem de "fulano que ouviu de sicrano que ouviu do profeta" e pesquisadores realmente comprovaram a existência dessas pessoas naquela época) e outras que não se sabe ao certo a procedência.
Enfim, o bom-senso é fundamental.FUNDAMENTALISTAS E MODERADOSOs fundamentalistas são os que seguem a interpretação rígida da Sharia, levada ao extremo pelos clérigos muçulmanos.
Pode-se pensar que eles fazem apenas uma leitura literal do Corão, mas o que os fanáticos fazem na verdade é algo bem diverso: uma "interpretação" radical do livro sagrado dos muçulmanos, já que o Corão, com uma linguagem ultrametafórica, presta-se bem mais a interpretações do que a leituras literais.
O exemplo mais famoso desse fanatismo extremista vem dos Talebans, estudantes de teologia que, após conquistarem o Afeganistão, tentaram implantar um estado teocêntrico fundamentado na prática ultraconservadora dos costumes e da Sharia.
Ajudados pelo apoio e armamento norte-americano, o fanatismo desses estudantes dominou o país e eles se sentiram autorizados a proibir que se ouça rádio e se assista televisão (definindo-os como diabólicos instrumentos ocidentais para desestabilizar o islamismo) e impuseram a mais severa divisão entre os sexos em toda vida pública: os ônibus destinados às mulheres, por exemplo, devem ter vidros foscos ou pintados.
Do mesmo modo, elas estão proibidas de freqüentar escolas, hospitais e de exercer alguma profissão fora de casa, e obrigadas a usar a burca, uma roupa escura ou preta que esconde totalmente o corpo, com um gradeado na frente do rosto.De outro lado, temos uma grande maioria de muçulmanos moderados que praticam o islamismo de uma maneira que poderíamos definir mais laical (o que não significa ser menos piedoso), abertos às influências do mundo ocidental, que procuram participar e usufruir dos avanços tecnológicos modernos. Entre eles há também variedades de interpretações da lei islâmica que vão desde a proibição da poligamia à permissão de ingerir bebidas alcoólicas e usar roupas mais modernas, extensiva, em particular, aos jovens e às mulheres.

FUNDAMENTOSO
Islã tem cinco fundamentos, chamados também de pilares da fé:
1) Acreditar e testemunhar que Allah é o único Deus e Muhammad seu profeta.
2) Rezar cinco vezes ao dia, voltado para a Meca, berço do islamismo.
3) Jejuar durante o mês de Ramadã, do nascer ao pôr-do-sol.
4) Fazer uma peregrinação à Meca, pelo menos uma vez na vida.
5) Pagar uma espécie de dízimo sobre a renda anual para as obras de caridade.
Toda oração e ação que um bom muçulmano faz, principia com a frase:
Bismillah ir-Rahman ir-Rahim.Em nome de Deus, o mais gracioso, o mais misericordioso....Há também o Kalima (palavras), que é o principal fundamento da fé islâmica:La ilaha illa Allah, Muhammadu Rasul Allah.
Não há Deus além de Allah e Muhammad é seu mensageiro.
Mas provavelmente a frase mais conhecida é a Allahu Akbar (Allah é o maior), que é usada como júbilo (por algum feito) e como afirmação da sua fé.
A frase está escrita no centro da bandeira do Iraque, e talvez por isso seja sempre pronunciada quando algum insurgente de lá mata algum soldado norte-americano (ou se mata tentando).
O ato de dizer a frase é chamado de Takbir.

MECA

Meca (Makkah) é o lugar do nascimento de Muhammad, o profeta. É a cidade mais sagrada do Islã. Nela está a maior mesquita do mundo, Al-Masjid al-Haram (A mesquita sagrada), que abriga a Kaaba, construção em forma de cubo que, por sua vez, abriga a Hajar el Aswad (pedra negra), venerada pelos muçulmanos. Segundo a tradição, a pedra (possivelmente um meteorito) foi recebida por Abraão das mãos do arcanjo Gabriel.
É na sua direção que os muçulmanos se voltam quando fazem suas orações.
Meca, situada no meio do caminho da rota das caravanas que ligavam o oceano Índico ao Mediterrâneo, tornou-se centro religioso e comercial do mundo islâmico. Não é permitida a entrada de não-muçulmanos na cidade.
Todo muçulmano que tiver recursos deve, ao menos uma vez na vida, no último mês do ano (Zul-Hijja), fazer uma peregrinação (Hajj) à Meca.
O peregrino tem que visitar a Mesquita Sagrada, rodeá-la sete vezes (três correndo e quatro vagarosamente), tocar e beijar a pedra negra de Abraão, beber água no poço de Zemzem, correr sete vezes a distância entre os montes Safa e a Marva, ir até o monte Arafat e a Mina, onde os fiéis atiram pedras contra colunas baixas (lapidação do diabo), e sacrificar um animal em memória de Abraão, considerado o primeiro profeta, construtor da Kaaba e pai dos árabes.

OS NOMES DE DEUS

Assim como os judeus, os muçulmanos têm diversos nomes para Deus, que descrevem ou encerram a essência e seus atributos: Mistério Sublime, Inconhecível, Eternidade, Unicidade, Infinito, Absoluto, Indivisível, Essência Divina, Clemência, Misericórdia, Beleza, entre muitos outros.
Cada nome, portanto, simboliza e revela uma realidade de Alá, atingindo, segundo a tradição, até 4 mil atributos. Desses, mil são conhecido somente por Deus; outros mil, por Deus e seus anjos; mais mil, por Deus, seus anjos e profetas, e os últimos mil são conhecidos por Deus, seus anjos, profetas e os homens. Desse últimos, trezentos são mencionados na Torá dos judeus, trezentos nos salmos da Bíblia, trezentos nos Evangelhos e cem no Corão. Desse últimos cem, noventa e nove são conhecidos pelos simples fiéis, mas o centésimo está escondido, secreto e acessível somente aos místicos mais iluminados.
Os sufis, místicos do islã, afirmam que esses nomes são infinitos porque são espelhos em que se reflete a infinita essência de Deus, que, por sua natureza, está além de qualquer tentativa de definir sua essência.
Aliás, os sufis interpretam os nomes de Deus simbolicamente, enquanto os ulemas (teólogos) ficam mais com a interpretação literal dos nomes.A importância dos nomes de Deus é enorme, porque o islã não permite qualquer representação iconográfica de Deus nos lugares de oração, nem de Muhammad, profetas e animais, para evitar que o culto ao Deus verdadeiro, único e absoluto, fosse substituído pela idolatria a essas imagens. Por isso o nome de Allah é escrito de muitas maneiras e constitui o único elemento de decoração permitido nas mesquitas e lugares de culto.
Os artistas muçulmanos costumam desenhar os nomes de Allah nas paredes e nas abóbadas das mesquitas e lugares de culto, com letras de ouro, criando assim uma atmosfera de beleza misteriosa e inefável.


Por Acid

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